
Valorização no Porto: mercado imobiliário abril-setembro/2025
Por Luis Baldaque
10/17/2025


O mercado imobiliário da cidade do Porto continua a mostrar sinais de dinamismo e valorização. Entre abril e setembro de 2025, os preços médios dos apartamentos subiram 14% face ao mesmo período de 2024, passando de 3.300 € para 3.750 € por metro quadrado. Apesar da redução na área média dos imóveis vendidos (de 89 m² para 85 m²), o valor médio por apartamento aumentou 5%. O desconto médio nas transações também caiu de 5% para 4%, indicando maior confiança por parte dos vendedores.
Centro Histórico do Porto
As freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória registaram uma valorização de 16% no preço por metro quadrado, atingindo os 4.000 €. O valor médio dos apartamentos subiu de 234.000 € para 283.000 €, com ligeiro aumento na área média (de 74 m² para 77 m²). O desconto médio caiu de 7% para 5%, refletindo maior procura por imóveis reabilitados e bem localizados, com vista e charme histórico.
Bonfim
A freguesia do Bonfim destacou-se com uma valorização de 37% no preço por metro quadrado, passando de 3.100 € para 4.250 €. O valor médio dos apartamentos vendidos subiu de 211.000 € para 297.000 €, e a área média aumentou 15%. Os descontos caíram de 6% para 4%, consolidando o Bonfim como uma zona moderna e atrativa para jovens e arrendamento de médio prazo.
Ramalde
Em Ramalde, o preço por metro quadrado subiu de 2.850 € para 3.150 €, com os descontos a descerem para 4%. Esta freguesia oferece boa relação entre preço, acessos e novas construções, sendo considerada uma zona estável e com liquidez.
Lordelo do Ouro e Massarelos
Nesta zona premium junto ao rio, o preço por metro quadrado subiu 6%, de 3.550 € para 3.750 €. O valor médio dos apartamentos manteve-se nos 390.000 €, com ligeira redução na área média. A qualidade dos imóveis continua a ser o principal fator de valorização.
Campanhã
Apesar dos incentivos fiscais e da forte atividade de construção nova, Campanhã registou uma descida de 7% no preço por metro quadrado, de 3.650 € para 3.400 €. A zona continua a oferecer oportunidades, com proximidade ao centro e boa rede de transportes.
Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde
Estas freguesias, tradicionalmente as mais valorizadas da cidade, registaram uma descida de 5% no preço por metro quadrado, de 4.300 € para 4.100 €. O valor médio dos apartamentos caiu de 607.000 € para 528.000 €, embora a área média tenha aumentado 13%, atingindo os 146 m². O desconto médio manteve-se nos 6%.
Paranhos (Pólo Universitário)
Paranhos, onde se localiza o pólo universitário da Asprela, teve uma valorização de 23% no preço por metro quadrado, passando de 3.000 € para 3.700 €. O valor médio dos apartamentos manteve-se estável, ligeiramente acima dos 244.000 €, enquanto a área média caiu de 88 m² para 73 m². Os descontos reduziram-se de 5% para 3%, refletindo forte procura por parte de estudantes, famílias e investidores.
Centro Histórico vs Pólo Universitário
A escolha entre investir no centro histórico ou no pólo universitário depende do perfil de inquilino pretendido. O pólo universitário atrai estudantes e famílias, com forte procura para arrendamento. Já o centro histórico tem uma procura mais turística, com destaque para o alojamento local e imóveis reabilitados.
Indicadores do Mercado de Habitação
A TEG da habitação caiu 110 pontos base no último ano.
Os custos de construção para habitação nova subiram 4%, com destaque para o aumento de 7,8% na mão de obra. Os materiais mantiveram-se estáveis, com maior impacto nos custos de espelhos e vidros.
Indicadores Financeiros
A Euribor a 12 meses desceu 55 pontos base, fixando-se nos 2,2%.
A inflação europeia subiu de 1,7% para 2,2%.
As obrigações do tesouro a 10 anos da República Portuguesa passaram de 2,7% para 3,1%.
Commodities
O ouro valorizou quase 50%, passando de 2.660 € para 3.870 € por onça.
O petróleo desvalorizou 8%, passando de 72 € para 66 € por barril.
Notícia com maior impacto no mercado
A proposta de lei do governo para reduzir o IVA na construção e reabilitação de imóveis, de 23% para 6%, poderá representar um forte incentivo à promoção imobiliária, com impacto direto na atividade dos construtores.

